Sites na Internet – Doutor Silvério

1- Site: www.doutorsilverio.com

2- Blog 1 “Ser Escritor”: http://www.doutorsilverio.blogspot.com.br

3- Blog 2 “Comportamento Crítico”: http://www.doutorsilverio42.blogspot.com.br

4- Blog 3 “Uma boa idéia! Uma grande viagem!”: http://www.doutorsilverio51.blogspot.com.br

5- Blog 4 “O grande segredo: A história não contada do Brasil”

https://livroograndesegredo.blogspot.com/

6- Perfil no Face Book “Silvério Oliveira”: https://www.facebook.com/silverio.oliveira.10?ref=tn_tnmn

7- Página no Face Book “Dr. Silvério”: https://www.facebook.com/drsilveriodacostaoliveira

8- Página no Face Book “O grande segredo: A história não contada do Brasil”

https://www.facebook.com/O-Grande-Segredo-A-hist%C3%B3ria-n%C3%A3o-contada-do-Brasil-343302726132310/?modal=admin_todo_tour

9- Página de compra dos livros de Silvério: http://www.clubedeautores.com.br/authors/82973

10- Página no You Tube: http://www.youtube.com/user/drsilverio

11- Currículo na plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/8416787875430721

12- Email: doutorsilveriooliveira@gmail.com

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Lobo solitário: Algumas considerações sobre a viagem



 A viagem do Rio de Janeiro – Brasil até Ushuaia – argentina, ida e volta, não é algo fácil e também não é um mero passeio para qualquer um fazer. Conheci algumas pessoas que preferem chamar de expedição e que ficam ofendidas quando se utiliza outro nome para se referir a tal empreitada. Por mim quanto faz, pode chamar de passeio de moto, não tem problema.
Foram cerca de dois anos planejando e minha ideia não era viajar sozinho, se bem que adoto aquela filosofia de que “antes só do que mal acompanhado”. Na Firma onde trabalho tenho vários amigos e colegas que possuem motos grandes e Harley-Davidson, tais como o André, o Silvio, o Collaço, o Chedid que estão no grupo das Harley e o Curcio, que possui uma Super Teneré 750cc, bem como tenho outros amigos, também servidores públicos na esfera federal que possuem motos grandes, tal é o caso do Wilson. Claro está que convidei e insisti, mas meus amigos ainda não estão muito chegados a pegar uma longa estrada, preferindo mais rodar pela parte urbana do Rio de Janeiro. Se bem que eu acredite piamente que é muito mais seguro uma estrada do que vias urbanas de uma grande cidade, nem todos compactuam com minha opinião. Meu amigo Curcio esteve do meu lado nestes cerca de dois anos nos quais planejei a viagem e dando 110 por cento de certeza que iria comigo, de modo que, inicialmente pensava que faria uma viagem a dois. Fizemos juntos duas viagens a São Paulo para comprar coisas para a viagem e dividimos as incumbências sobre o que cada um iria levar para a possível manutenção da motos, isto para não onerar muito e sobrecarregar a bagagem de um somente. Infelizmente, poucos dias antes da data prevista ele desistiu alegando que seria muito perigoso para dois somente, que o rípio estava em muito mau estado de conservação e que a 40 km por hora seria loucura passar por lá, me deixando sozinho e fazendo com que eu tivesse de comprar as pressas mais algumas coisas, que estariam na incumbência dele levar.
Não que eu queira viajar sozinho, procurei companhia para esta aventura, mas não vou deixar nunca de fazer as coisas que quero por não ter alguém que me faça companhia e antes prefiro ir sozinho do que na companhia de quem não conheço bem. Em verdade, não é que eu queira ser, mas acabo sendo, um pouco lobo solitário. Não é a toa que estampei nas costas de meu casaco jeans preferido para usar quando piloto minha moto, um lobo muito bonito.
Foram dois anos pesquisando e sabia muito bem sobre os riscos e os perigos de tal aventura, ainda mais sozinho, no entanto, mesmo podendo acontecer alguma coisa de ruim, pior seria ter tudo planejado e não ir adiante. Para ser sincero, podemos morrer até mesmo sentados vendo tv em nossa casa e a pior morte não é a física e sim a outra. A maioria das pessoas que transitam entre nós, apesar das aparências em contrário, já morreram há muito tempo e esqueceram de enterrar os corpos. Continuam trabalhando, comendo, dormindo e não sabem ou não querem saber que já morreram há muito tempo. É simples, morremos quando não estamos mais vivos, quando não vivemos mais a nossa vida, quando não vivemos com prazer e intensamente tudo o que fazemos, quando não mais sonhamos e nos propomos a realizar nossos sonhos.
Eu diria que o pior não é sequer o rípio, se bem que este não é nada bom, mas em poucos anos não mais existirá. O pior mesmo é o clima louco da Patagônia, os ventos extremante fortes, as chuvas e o frio. As mudanças climáticas são muito rápidas e o clima inconstante, não facilmente previsível.
Visitar Ushuaia, para mim, somente de Harley-Davidson Tudo bem que com uma Big Trail seja mais seguro, mas que graça há? Deixe a Big e vá em um Big avião que encontrará mais segurança, isto te garanto. A sensação de estar montado em um forte motor de uma Harley-Davidson não se compara a pilotar outra moto. Quanto ao rípio, eu já enfrentei situações piores, se bem que seja verdade que eu estava com outras motos mais apropriadas para o terreno, no entanto, lembro-me bem quando estava em uma reserva indígena no interior do Estado do Pará, em Apiterewa, e utilizei-me de uma moto 300cc para ir até um pequeno povoado, percorrendo por vários quilómetros e embaixo de forte chuvas, estradas feitas para animais passarem ou no máximo carros 4x4 com a tração ligada, atravessando várias pontes sobre rios, pontes estas formadas unicamente por um tronco de madeira serrado ao meio e colocado de modo que cada metade dava para o carro colocar uma de suas rodas e eu com a moto tinha para mim somente uma metade de tronco para minhas duas rodas passarem sem possibilidade de apoiar o pé sobre alguma coisa. Não desmerecendo a dificuldade, afinal de contas, uma Harley não foi feita para o rípio e eu comprei uma moto para estradas boas e asfaltadas, não tendo o menor interesse em off road, mas esta moto é como um trator, sozinha ela não cai, pode até ser derrubada, pela imperícia do piloto ou pelas péssimas condições do terreno a ser enfrentado. Com todo o respeito pelas outras motos, pelas fantásticas big trail e pelas genéricas, hoje eu entendo bem uma frase que antes eu escutava e realmente não entendia seu real significado: “Harley é Harley”.

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