Trigésimo segundo
dia: Saí de Paso de dos Libres – Argentina, por volta de 8:05h. e cheguei a Gramado
dos Loureiros – Brasil - Rio Grande do Sul por volta de 19:30h.
Décimo terceiro dia
da volta ao lar.
27 de setembro
de 2014 – Sábado
Total até agora
= 11.775,4 Km
Total hoje = 692,2
Km
Estava um dia de
sol muito bonito como deve ser para todo o motociclista na estrada, ontem,
então, foi belíssimo o dia. Entrei no Brasil pela aduana / imigração de
Uruguaiana e ao chegar do lado brasileiro, cambiei com um brasileiro da Receita
Federal 1.000 pesos por 160 Reais. Ainda me sobraram algumas moedas e notas de
peso, mas o maior já se foi. Segui por dentro em direção a Curitiba, tendo como
idéia principal passar a noite em Chapecó, Santa Catarina. No decorrer do
percurso comecei a ver nuvens carregadas quilómetros a frente e conforme o dia
ia se encerrando, as nuvens ameaçavam chuvas pela frente.
Meu GPS me
direcionou para um caminho no qual a ponte havia desabado ou estava
interditada. De onde estava até Chapecó seriam, segundo informações de um
frentista de posto de combustível na cidade, cerca de 130 quilómetros de
asfalto, mas sem a ponte, passaria a ter de usar estrada de terra ou barca,
logo, fiz a opção de retornar até a cidade de Samedi, de onde prossegui para
Chapecó. Segundo o frentista, fora os quilómetros do retorno, de Samedi teria
mais de 200 quilómetros até Chapecó.
Peguei forte
trânsito com muitos caminhões e uma estrada toda esburacada ou com fortes
desníveis no asfalto da pista, que mais de uma vez incomodou minha poderosa
Harley, batendo de encontro aos seus pneus.
Durante o
percurso escureceu e começou a chover fraco, só que eu não estava trajando as
calças da capa de chuva e também não usava a capa por sobre as botas. A certa
altura, subindo a serra a noite e faltando cerca de 70 quilómetros para chegar
a Chapecó, vi que não havia mais como prosseguir com segurança e aproveitei
três bares restaurantes na estrada para parar e saber se havia algum hotel no
local. Fui informado que somente 20 quilómetros para trás, no centro da cidade
de cerca de 2.000 habitantes ou 70 quilómetros para a frente, já em Chapecó.
Falei com o proprietário do estabelecimento e este concordou em me ajudar,
permitindo que eu passasse a noite no local.
Jantei ali
mesmo, no Restaurante e Pizzaria Quartetto, encruzilhada dos Ribeiros, Gramado
dos Loureiros, Rio Grande do Sul. O restaurante é administrado por uma família,
Eles pegaram o contrato para administrar a loja há cerca de 4 meses. São três
irmãos, o Ademir, o Luis e a Marta que conjuntamente com sua mãe, Verônica,
cuidam de bem atender a clientela no local. Quando cheguei, por volta de
19:30h., estava vazio e fui o primeiro a entrar no grande estabelecimento, mas
logo a seguir a casa lotou e do lado de fora ficaram muitos e muitos carros estacionados,
dividindo espaço com minha Harley-Davidson. Hoje é dia de rodízio de pizza. O
rodízio começou com a casa cheia e após todos comerem até se fartarem, incluso
eu mesmo, foi a vez dos músicos. Primeiro as pessoas escutavam em suas mesas,
depois os donos do restaurante afastaram as mesas e os casais foram ocupar o
espaço dançando. A festa durou bem até 1:30h. da manhã, quando os últimos
clientes saíram.
Colocamos a moto
dentro do estabelecimento, no salão do restaurante, e fomos todos de carro para
o sítio da família, há cerca de uns 5 quilómetros dali, onde me cederam um
quarto e cama e passei confortavelmente a noite. Pela manhã, ainda me serviram
uma bela refeição do campo: café com leite e ovos estalados sobre uma enorme
fatia de pão. Estava muito gostoso.
Nada me
cobraram, paguei somente o rodízio de pizza e a coca de 2 litros que pedi, o
normal para qualquer um que fosse somente comer e curtir o ambiente. Pela manhã
retornamos de carro ao restaurante, peguei minha moto e por volta de 8:15h.
peguei a estrada. Choveu muito e forte durante a noite, mas quando acordamos
não estava chovendo, a chuva recomeçou, no entanto, no exato momento em que me
sentei na moto para dar a partida.
Sou muito grato
ao carinho e ajuda desta família, pois, prosseguir viagem a noite, subindo
serra, por estradas desconhecidas, com chuvas, trânsito pesado de caminhões e
eu sem enxergar direito em uma estrada toda ruim e esburacada era de fato muito
perigoso.
Olá Silvério, tudo bem?
ResponderExcluirMeu nome é Marlon Englemam, e como deve deduzir pelo sobrenome sou parente (sobrinho) da Marta, Luis e Ademir. Eu vivi a vida inteira lá naquele sitio e mudei para São Paulo justamente um mes antes deles abrirem o restaurante. No fim do ano (2014) fui visitá-los e então eles me contaram sobre ti, o que achei muito interessante, tenho lido o seu blog inteiro, pois coincidentemente eu penso em algum dia fazer o mesmo que tu, ou pelo menos algo semelhante (só me falta coragem hehe). Enfim, eles pediram me para entrar em contato contigo e mandar-lhe um grande abraço e pedir se tu estás bem!
Abraços, até.