Vigésimo sétimo dia:
Bahia Blanca – Argentina, San Miguel del Monte - Argentina
Oitavo dia da
volta ao lar.
22 de setembro
de 2014 – Segunda-feira
Total até agora
= 10.195,1 Km
Total hoje = 596,4
Km
Acordei as 7
horas, me arrumei, levei as coisas para a recepção do hotel, lanchei e fechei a
conta no hotel. A recepcionista Fernanda se informou ligando a meu pedido para
uma transportadora e soubemos que por cerca de 370 dólares convertidos em peso
poderia levar minha moto de Bahia Blanca até Buenos Aires e também me informei
que havia ônibus regulares desta cidade até Buenos Aires, de modo que já tinha
um plano B. Meu amigo Mariano e a recepcionista Fernanda haviam acertado ontem
com o Maurício que este viesse buscar minha moto hoje as 8:00h. da manhã para levar
para sua oficina aqui na cidade.
Meus amigos
estão acompanhando atentos estes relatos, se bem que por vezes prefiram um
contato via e-mail ou FaceBook, como tal é o caso de meu amigo Curcio, que
inicialmente iria fazer esta viagem comigo, mas desistiu poucos dias antes de
seu início. Curcio me escreveu apresentando alguns comentários e opiniões. No
caso, por exemplo, da perda do galão de cinco litros de gasolina na chegada a
San Sebastian, sugeriu que talvez não tivesse sido furtado, pois, eu havia passado
por uma região muito difícil, foram cerca de 150 quilómetros de rípio, estradas
de terra e seixos péssimas para uma moto pesada como a Harley, sendo ele de
opinião que poderia ter se desprendido das amarras e caído na estrada sem que
eu percebesse e disse ser tal muito comum de acontecer em viagens de moto com
bagagem. Bem, pela forma como amarrei, acreditei que uma pessoa havia soltado e
retirado o galão, mas em virtude do excelente tratamento que venho recebendo
aqui na Argentina desde que cheguei, prefiro acreditar que tenha sido um
acidente que não envolvesse a mão humana, portando, aceitando a sugestão de meu
amigo Curcio, e em respeito a todos os argentinos que me trataram tão bem aqui
desde que entrei em seu país, vou deixar a dúvida sobre como se deu a perda
deste galão de plástico contendo cinco litros de gasolina.
Também diante
deste dilema que estou vivendo com a bateria, meu amigo Curcio opinou pelo
FaceBook, acreditando que a súbita mudança climática, do calor intenso do Rio
de Janeiro para o frio, chuvas, gelo e neve que a moto teve de suportar, afetou
negativamente os líquidos internos na bateria, fazendo com que a mesma entrasse
em colapso e sugeriu, inclusive, que fosse em Buenos Aires de ônibus comprar
outra para dar prosseguimento a viagem. Em verdade, comprei esta moto em agosto
de 2011 e a bateria ainda é a original, made in USA, tendo completado três anos
em agosto deste ano, mês no qual iniciei esta viagem. A duração de vida útil de
uma bateria é de dois ou três anos, de modo que, apesar dela ainda estar boa
antes de começar a viagem, o início de seus problemas coincide com o tempo de
sua durabilidade. Provavelmente a viagem meramente acelerou o processo de
deterioração da bateria, que já estava com seus dias contados.
Por volta das
9:00h chega ao hotel o irmão do Luciano e mais um funcionário da Cesetti Motos,
Rua Saavedra, 1029, Bahia Blanca. Colocaram minha moto em uma picape e seguimos
viagem para a oficina, lá chegando, refizeram todos os testes em minha moto
para saber qual o problema elétrico e chegaram, também, a conclusão que o
problema era unicamente a bateria. Eles não tinha uma bateria de 12 volts e 20
amperes de boa qualidade para venda, por ser uma bateria mais cara e mais
difícil de ser procurada para compra. Após alguns telefonemas, encontraram uma
boa bateria com exatamente as mesmas especificações da bateria de minha moto e
fomos juntos de carro para comprar. Me foge agora o nome do bom amigo, irmão do
Luciano, que foi comigo e inclusive até pechinchou o preço na loja conseguindo
um bom desconto na bateria, que me custou 1.690 pesos.
Me ajudaram
imprimindo mapas para Buenos Aires e revendo minha rota na estrada, inclusive,
com a possibilidade de colocar os mapas eletrônicos em meu GPS, mas como já
estava ficando tarde, preferi abdicar desta possibilidade e seguir viagem após
encaminhar um e-mail para casa informando da situação. Eles nem queriam cobrar
o serviço, mas deram um valor de 400 pesos e logo depois baixaram para 200
pesos como cortesia para o viajante do Brasil.
Por volta de
12:00h. saí da oficina em direção a Buenos Aires, mas peguei frio e chuva em
uma parte da estrada, além disto, havia um trânsito pesado de caminhões e
muitos trechos de estrada ruim, sendo consertada e com parte do asfalto
raspado, tornando-a extremamente escorregadia, ainda mais com o pneu traseiro
careca. Isto tudo atrasou muito a minha viagem. Por volta de 19:00h e já
encerrando os últimos momentos de luz do dia, parei para abastecer em um posto
em Las Flores. Após seguir viagem, escureceu e eu realmente não consigo
enxergar bem a noite com as luzes dos demais carros incidindo sobre meu rosto,
de modo que por não enxergar a pista, tenho de reduzir muito a velocidade, o
que não somente aumenta o tempo para percorrer determinada distância, como
também torna muito perigoso o trajeto em virtude dos demais carros na pista.
Após mais cerca de 100 quilómetros percorridos com extrema dificuldade, parei
em San Miguel del Monte para pernoitar no hotel Pinar, Ruta 3, Km 111-500, San
Miguel del Monte. Estava a cerca de 100 quilómetros de Buenos Aires, mas não
havia realmente mais condições de prosseguir.
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